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Quinta - feira

É véspera de carnaval no Brasil. Os curitibanos estão descobrindo que se socializar seguindo blocos de carnaval na rua pode ser bem divertido. Eles ainda estão meio duros, é difícil remexer o quadril, mas um gorozinho aqui e outro ali vai ajudando na malemolência. Entretanto eles ainda tem muito o que aprender, a começar pelo fato de que não se pode abandonar o bloco só porque começou a chover. A chuva cai, a rua inunda... mas a música e a malemolência tem que continuar, nem que seja com todo mundo se molhando. Mas em Curitiba não. Começa a chover corre cada um para um lado tentando achar uma marquise para se esconder e a banda... essa segue sozinha ladeira acima até se dar conta que ninguém mais está ali seguindo a música e desfilando a purpurina. Você começa a ver gente pintada e fantasiada por todo lado, cada um na sua como se todo mundo saísse de casa daquele jeito todo dia para ir tomar uma cervejinha no bar sujo do centro. O bloquinho tem seu momento fugaz de alegria, samba...

Ah se esse rio falasse!

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Hoje foi o dia de mais uma aventura em Serra Maestra, Cuba. Para mim foi uma prova mais de que estou menos medrosa. Hoje, por fim, era nosso dia de descanso depois de uma semana intensa de trabalho aqui e resolvemos dormir um pouco depois do almoço para em seguida irmos ao rio. Ao final não respeitamos muito o dormir uma cesta e acordamos quase as cinco da tarde já com o céu nublado. Mesmo assim resolvemos que ainda era uma boa opção ir ao rio pois ele estava aqui ao lado e, como boas pessoas que sempre viveram na cidade, não acreditamos que as nuvens cinzas significavam chuva. Mochila nas costas, com equipamentos de som, afinal de contas somos cineastas trabalhadoras que aproveitam os passeios para trabalhar. Fomos as três chicas preparadas para gravar os ruídos do rio e divertir-se. Descemos correndo a ladeira e fizemos o percurso do rio o mais rápido possível para podermos desfrutar mais. O nosso objetivo era chegar a uma piscina natural que estava no meio da mata. O ...

O Cinema Latinoamericano

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Depois de passar alguns dias de ferias no Brasil para passar o Natal e o Ano Novo com minha família e amigos regressei para EICTV com toda a energia para trabalhar e estudar mais e mais. O ano começou com duas semanas de aula sobre cine Latinoamericano. Foram duas semanas estudando a cinematografia da América Latina, e participei dessas aulas com uma curiosidade infantil de conhecer a cultura, a política e a história de países tão próximos ao meu, mas que conhecemos muito pouco. E foi incrível apreciar tantas obras cinematográficas interessantes, fortes, algumas até repugnantes, mas que estavam carregadas de significado cultural e histórico de uma época, de um país de uma povo tão próximo da gente. Nessas aulas não só debatíamos sobre os diretores, a estética, o contexto, mas tínhamos a oportunidade de contribuir falando um pouco da cultura do nosso país. E é nesse momento percebemos o quanto o pensamento "o jardim do vizinho é sempre mais florido" é uma premissa ver...

O cinema em Cuba e suas filas intermináveis

Acho que já contei para vocês que o cubano ama uma fila, lembram?! Se não me engano foi no texto que falei da sorveteria Copélia. Bom se vocês não lembram eu reforço... Cubano ama uma fila. E em dezembro é alta temporada em Cuba, turistas chegam de avião, cruzeiro, excursões e tudo mais. Nesse mesmo período acontece o Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano, ou seja, Havana está fervilhando de gente. Ir para Havana nesse período significa andar e tropeçar em gente a cada passo que você dá. A cidade parece um formigueiro com todo mundo misturado, falando cada uma língua, e todos tentado falar cubanês. Cubanos e turistas se misturam, os táxis (máquinas, leia também carros velhos) estão sempre cheios, bares, restaurantes e a Copélia têm filas enormes e os cinemas, ah! Os cinemas! Lembram daquela época que os cinemas eram nas ruas e não em shoppings? Não! Nem eu! Sinal que somos jovens e na minha querida Goiânia, cinema na rua é pra filme pornô ou para salas desconfortáv...

Chegadas e partidas, novidades e muito trabalho... assim foi o ano que passou

Depois de muita ralação vem a ansiedade de pegar o avião e voltar para casa no final do ano. Curtir o recesso com a família, rever os irmãos e apertar até sufocar, encontrar o afilhado, já com uma ansiedade impar de descobrir se ele ainda lembra de você, afinal de contas o pobre tem apenas dois aninhos e uma dindinha louca que vive em Cuba. Compreendo que não é fácil para ele. Mas vamos ao balanço de final de ano que além do cansaço mental de começar uma vida nova no segundo semestre do ano, com todas as mudanças que foram exigidas e com a dificuldade da língua quando se chega, temos ainda o fazer novos amigo, a saudade imensa dos velhos amigos que sabem o que passa na sua cabeça sem que você tenha que dizer. Somado a isso, intensidade dos estudos e projetos que a escola exige de você a ponto de conseguir fazer sua percepção de tempo mudar e transformar o cansaço de quatro meses em no mínimo um ano nessa nova rotina. Mas vamos aos acontecimentos marcantes...Começa com viver to...

FIM de semana ou INÍCIO do final de semana

Estética da imagem. Com certeza muitos já tiveram disciplinas na universidade com nomes parecidos com esse, ou estudaram algo próximo quando estavam nas aulas de filosofia ou no mínimo alguém conhece um outro alguém que teve aula disso e ficou horas falando sobre a filosofia da estética em alguma conversa de bar. Se você nunca teve nenhuma dessas experiências, eu posso ser esse outro alguém que vai te levar a pesquisar sobre ontologia no google, ou como diz a minha querida e atual professora, "não voy contestar eso, pero se puede buscar algo en wikipédia". Realmente muitas coisas aparecem, mas quando uma pessoa, não uma pessoa comum, mas aquela pessoa que te faz não chegar atrasada na aula e ainda te faz ficar horas sentada numa cadeira desconfortável ouvindo, se contestando, se questionando, abrindo a sua cabeça para descobrir que você não sabia nem um terço do que a filosofia, a história, a arte e a ciência podem te proporcionar saber. Sim! Uma professora dessas pode t...

Então vamos a aventura: Na boleia de um caminhão

Sexta-feira, sempre as sextas, tive uma aula no modulo de produção que necessitávamos ir a San Antonio, uma província aqui pertinho da escola, encontrar uma locação que fosse adequado para o roteiro de um curta que estávamos trabalhando. Nesse dia, como em todos desse módulo, trabalhamos muito no período em que estávamos em San Antonio para encontrar um lugar legal e para isso caminhamos pela cidade conversamos com pessoas, fotografamos, discutimos até que conseguimos encontrar um espaço que agradou a todos no grupo. Depois desse intenso dia de atividade voltaríamos para escola, mas eu e um grupo de amigos decidimos ficar na cidade para aproveitar a sexta-feira por lá, comer uma comida diferente, ver gente diferente, beber e ir a uma festa de Halloween que teria no parque da cidade. (Parque esse muito raro). Começamos bebendo umas cervejas, depois encontramos uma amiga cubana e ela nos levou para conhecer a estação de trem e o rio de San Antonio de los Baños (a cidade se cham...