FIM de semana ou INÍCIO do final de semana
Estética da imagem. Com certeza muitos já
tiveram disciplinas na universidade com nomes parecidos com esse, ou estudaram
algo próximo quando estavam nas aulas de filosofia ou no mínimo alguém conhece um
outro alguém que teve aula disso e ficou horas falando sobre a filosofia da
estética em alguma conversa de bar. Se você nunca teve nenhuma dessas experiências,
eu posso ser esse outro alguém que vai te levar a pesquisar sobre ontologia no
google, ou como diz a minha querida e atual professora, "não voy contestar
eso, pero se puede buscar algo en wikipédia".
Realmente muitas coisas aparecem, mas quando
uma pessoa, não uma pessoa comum, mas aquela pessoa que te faz não chegar
atrasada na aula e ainda te faz ficar horas sentada numa cadeira desconfortável
ouvindo, se contestando, se questionando, abrindo a sua cabeça para descobrir
que você não sabia nem um terço do que a filosofia, a história, a arte e a
ciência podem te proporcionar saber. Sim! Uma professora dessas pode te fazer
romper a barreira ontológica, te fazer atravessar a janela do conhecimento, te
fazer sair da sala uma tola por complicar tanto o que é tão simples,
simplesmente porque temos a mania de romantizar coisas tão comum, como por
exemplo o amor.
É o conhecimento faz isso, simplifica. O conhecimento faz mais,
ele te deixa com a tal angústia ontológica. Que como ela mesmo descreveu é
aquele entardecer de domingo que você não está triste, não está feliz, só está
angustiada por que não sabe o que fazer, o que quer. Ô angustia! Acho que
muitos artistas, poetas, filósofos e seres normais como a gente já sofreu dessa
tal angustia.
Essa professora também proporcionou, ou melhor,
inspirou o nosso fim de semana, o primeiro dia do final de semana, a sexta.
Depois de um dia inteiro de aula com essa sábia senhora, saímos da sala de
aula, olhamos aquele céu lindo com o sol a algumas horas antes do entardecer,
um vento fresco e um céu azul e, acreditem, todos tivemos o mesmo pensamento...
vamos para a piscina.
Cada um a seu tempo foi desfrutar desse lindo
final de dia na piscina. Uns foram nadar para exercitar-se, outros para encararem
a água fria, outros tomaram um restinho de sol, alguns foram preparados para
fazer uma festa, com música e ron. Eu, bom, eu fui primeiro para renovar as
energias tomando um sol, mas acabei ainda mais renovada e inspirada quando me
reuni a um grupo de brasileiros e começamos a ler poesias.
Poesias, é impressionante como não basta ler,
queremos ler em voz alta, recitar. Ouço os outros recitando e logo já quero
abrir o livro aleatoriamente e começar a interpretar aquilo que o destino apontou para mim. Assim fomos. Um cearense com seu cordel, um baiano com sua
musicalidade tranquila, dois curitibanos "Leminskando", um carioca
apaixonado e curioso e a goiana sorridente.
E com tantos versos, sol, conhecimento,
piscina, amigos e descoberta ontológica começou o tão querido final de semana. Que
muitas sextas-feiras inspiradoras como essa se sigam em 2015 para mim e para
vocês, e para inspirar, aí vai um pouco do que eu recitei hoje na piscina.
O que quer dizer
O que quer dizer diz.
Não fica fazendo
o que, um dia, eu sempre fiz.
Não fica só querendo, querendo,
coisa que eu nunca quis.
O que quer dizer diz.
Só se dizendo num outro
o que, um dia, se disse,
um dia vai ser feliz.
Paulo Leminski
O que quer dizer
O que quer dizer diz.
Não fica fazendo
o que, um dia, eu sempre fiz.
Não fica só querendo, querendo,
coisa que eu nunca quis.
O que quer dizer diz.
Só se dizendo num outro
o que, um dia, se disse,
um dia vai ser feliz.
Paulo Leminski
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